VENTO DE OYÁ
O sol, em meio as nuvens se escondeu,
Teu brilho adormeceu, escurecendo o meu lugar.
Foi quando o seu estremeceu,
E em raios se converteu a energia da minha Yabá.
Eparrey, minha bela Oyá!
"Borboleta que vive a pousar no meu amor,
Meu mundo está em dor, e peço a ti para me cuidar."
A brisa virou ventania, querendo uma tempestade formar.
Quem causou a minha lamúria também provocou a fúria da minha Yabá.
"Mãe, eles não sabiam que eu sou filha do ar,
E que não poderiam machucar meu coração."
Minha mãe me ouviu com atenção,
Em resposta ao meu choro em oração,
O estrondo de um trovão foi possível escutar.
A menina de Iansã não teve medo,
Pedindo assim em segredo para a água me banhar
E lavar a minha alma.
Observei a chuva cair,
Senti vontade de sorrir e também em mim um grito ecoar.
Quando a tempestade em mim cessou,
Senti todo o amor de Oyá,
E o céu ela se pôs a pintar
Enchendo meu mundo de cor.
"Não mais se abale, minha flor.
És minha filha, e eu sou teu acalento,
E seja qual for o tempo,
Ninguém consegue derrubar o vento."