VENTO DE OYÁ

O sol, em meio as nuvens se escondeu,

Teu brilho adormeceu, escurecendo o meu lugar.

Foi quando o seu estremeceu,

E em raios se converteu a energia da minha Yabá.

Eparrey, minha bela Oyá!

"Borboleta que vive a pousar no meu amor,

Meu mundo está em dor, e peço a ti para me cuidar."

A brisa virou ventania, querendo uma tempestade formar.

Quem causou a minha lamúria também provocou a fúria da minha Yabá.

"Mãe, eles não sabiam que eu sou filha do ar,

E que não poderiam machucar meu coração."

Minha mãe me ouviu com atenção,

Em resposta ao meu choro em oração,

O estrondo de um trovão foi possível escutar.

A menina de Iansã não teve medo,

Pedindo assim em segredo para a água me banhar

E lavar a minha alma.

Observei a chuva cair,

Senti vontade de sorrir e também em mim um grito ecoar.

Quando a tempestade em mim cessou,

Senti todo o amor de Oyá,

E o céu ela se pôs a pintar

Enchendo meu mundo de cor.

"Não mais se abale, minha flor.

És minha filha, e eu sou teu acalento,

E seja qual for o tempo,

Ninguém consegue derrubar o vento."

Srta Cabernet
Enviado por Srta Cabernet em 07/01/2021
Código do texto: T7154238
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