Kaô! Rei de Oyó
Piso em rastro de cobra,
Meu sonho se torna pó.
No desvio dessa manobra,
Meu laço torna-se um nó.
Meu espírito se desdobra,
E apela para o rei de Oyó!
Valei-me meu Rei Xangô!
Invoco a sua justiça!
Sua força, ó Bade Nagô!
É a sua verdade castiça!
Suplico, ó Alafim! Kaô!
Cure o que me enfeitiça.
Vou preparar seu Amalá.
Em troca do seu Oxê.
Na pele do seu Afonjá,
Exclamo: kaô kabecilê!
Com o seu fogo meu Orixá,
Venha limpar meu Erê.
Socorre-me da abomó,
Imploro, ó meu Ogodô!
Me iludi com a okobó.
O mais vil dos orôs.
Típico de Ogum Oboró.
Livre-me do obocossô!
Imploro Xangô! Kaô!
Adriribeiro/@adri.poesias