CONSCIÊNCIA HIGIÊNICA
CONSCIÊNCIA HIGIÊNICA
Deixo descer na água corrente,
apenas a sombra do medo
da morte que não me ilude;
porque sei que a água, em algum
momento, vai me devolver
a sombra viva, não da morte,
mas da vida de minha alma
sobrevivente; que nutre a razão
pensante, do eterno que lhe
é peculiar. Aprendo a evoluir
em várias fases. Deus me permite
errar e me corrigir dos defeitos
que os guardo, para não mais
os querer, no baú das coisas
imprestáveis. E consente-me assim,
que veja e sinta na consciência
higiênica, a beleza luminosa
da realidade que me transmuta;
doando-me o viver virtuoso,
sem temer olhar no espelho
íntimo, a sombra da morte
ilusória; reflexo da vida espiritual
que não cessa; e que transita
no existir carnal, só enquanto
este não finda, a fim de que,
pelo desencarne, em definitivo
(ainda que volte reencarnada),
transponha o portal à eternidade.
Adilson Fontoura