CONSCIÊNCIA HIGIÊNICA

CONSCIÊNCIA HIGIÊNICA

Deixo descer na água corrente,

apenas a sombra do medo

da morte que não me ilude;

porque sei que a água, em algum

momento, vai me devolver

a sombra viva, não da morte,

mas da vida de minha alma

sobrevivente; que nutre a razão

pensante, do eterno que lhe

é peculiar. Aprendo a evoluir

em várias fases. Deus me permite

errar e me corrigir dos defeitos

que os guardo, para não mais

os querer, no baú das coisas

imprestáveis. E consente-me assim,

que veja e sinta na consciência

higiênica, a beleza luminosa

da realidade que me transmuta;

doando-me o viver virtuoso,

sem temer olhar no espelho

íntimo, a sombra da morte

ilusória; reflexo da vida espiritual

que não cessa; e que transita

no existir carnal, só enquanto

este não finda, a fim de que,

pelo desencarne, em definitivo

(ainda que volte reencarnada),

transponha o portal à eternidade.

Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 13/12/2020
Reeditado em 13/12/2020
Código do texto: T7134436
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