Filha de Oxalá

Rezei aos santos católicos,

E fiz Juramentos simbólicos,

Para restaurar minha fé.

Rezei sobre os meus artelhos,

Dobrei-me sobre os joelhos,

Mas também rezei de pé.

Cansei-me de fazer prece,

A todos os santos que conheço.

Já participei de quermesse,

E velas brancas ofereço.

Mas minha fé só perece,

Enquanto eu mesma padeço.

Hoje me ensinaram alguns chás,

E oferendas para os orixás.

Me deram um banho de arruda.

E se esta sorte não muda,

Curando todos os meus ais

Não sei o que faço mais...

Já pedi perdão a Jesus,

Prometi beijar sua cruz,

Mas também apelei pra Alá.

Descobri que sou de Oxalá,

E agora vou vestir branco,

Pra ver se cessa meu pranto.

Talvez esse duplo Orixá,

Possa vir aqui me ajudar.

Com a espada de Oxaguiã,

E o Paxorô de Oxulafã,

Me protegendo do Egum,

Em companhia de Ogum.

Dançarei no seu terreiro,

Em todo dia 15 de janeiro,

E nos dias de sexta-feira.

Talvez seja dessa maneira,

Ou por meio da devoção.

Que acalme o meu coração.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 29/11/2020
Reeditado em 25/12/2020
Código do texto: T7123527
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