Filha de Oxalá
Rezei aos santos católicos,
E fiz Juramentos simbólicos,
Para restaurar minha fé.
Rezei sobre os meus artelhos,
Dobrei-me sobre os joelhos,
Mas também rezei de pé.
Cansei-me de fazer prece,
A todos os santos que conheço.
Já participei de quermesse,
E velas brancas ofereço.
Mas minha fé só perece,
Enquanto eu mesma padeço.
Hoje me ensinaram alguns chás,
E oferendas para os orixás.
Me deram um banho de arruda.
E se esta sorte não muda,
Curando todos os meus ais
Não sei o que faço mais...
Já pedi perdão a Jesus,
Prometi beijar sua cruz,
Mas também apelei pra Alá.
Descobri que sou de Oxalá,
E agora vou vestir branco,
Pra ver se cessa meu pranto.
Talvez esse duplo Orixá,
Possa vir aqui me ajudar.
Com a espada de Oxaguiã,
E o Paxorô de Oxulafã,
Me protegendo do Egum,
Em companhia de Ogum.
Dançarei no seu terreiro,
Em todo dia 15 de janeiro,
E nos dias de sexta-feira.
Talvez seja dessa maneira,
Ou por meio da devoção.
Que acalme o meu coração.
Adriribeiro/@adri.poesias