O DUELO DE JESUS CONTRA OS HIPÓCRITAS

Havia, no tempo em que Jesus existiu,

estorvos contra os quais ele duelou.

Os fariseus eram donos do templo vil,

que às criaturas humildes escravizou.

Com as suas aparências enganosas,

de “bons samaritanos”,

eles tinham maledicências perigosas,

adotavam uns planos

cheios de hipocrisias

e sempre ofereciam esmolas à população,

durante certos dias,

em que conduziam cerimoniais de religião.

Nas solenidades vazias,

distribuíam, com ostentação,

oferendas nas liturgias,

onde produziam uma ação

divulgadora de fantasias,

abusavam das afetações

e, com suas faces constritas,

clamavam suas orações,

diante das classes proscritas.

As normas dos hipócritas chefiavam

o estorvo do “partido democrático”

e, de formas despóticas, apedrejavam

o povo tão sofrido quanto estático.

Outro partido, o “sacerdotal”,

era composto pelos conservadores saduceus,

que faziam um fingido cerimonial

e assumiam os postos de “seguidores de Deus”.

Eles eram seres de durezas

secas, comodistas, de crenças

nos seus “poderes” e certezas

tradicionalistas muito intensas.

Esses partidos opositores

tinham uma moral interesseira,

além de fingidos oradores,

promovendo uma total asneira.

Acima deles, só o poderoso

César e seu nimbo encarnado.

Todo esse clima calamitoso

Jesus lutou para ver modificado.

Por isso, o mestre não atacou

as criaturas, mas as doutrinas.

Sem ser omisso, ele duelou

contra as imposturas malinas.

O grande duelo se iniciou nas sinagogas

da Galiléia e teve continuidade

pelo templo de Jerusalém, sob as togas

de uma platéia sem autoridade.

Jesus não atacou seus adversários:

esperou receber ataques irados

e com sua luz, retrucou mandatários

isentos de destaques e respaldos...

Jesus usou como tática

inicial a base de uma mansidão

que produz, na prática

espiritual, a catarse da salvação.

Os adversários não captaram

a mensagem verídica

e, como corsários, zombaram

da imagem pacífica.

Jesus, então, mudou de tática:

Ele passou a atacar

toda aquela hipocrisia enfática

que ousou lhe criticar...

Derrotados, os algozes

de Jesus usaram um deletério plano

e soltaram suas vozes,

acusando-o frente ao império Romano.

As acusações não tinham fundamento.

Mesmo assim, Jesus se viu perseguido,

evadiu-se e só se entregou no momento

em que cumpriu sua missão e foi traído...

A sua jornada fugitiva,

pela Síria e locais pantanosos do Jordão,

foi demorada, educativa,

e trouxe paz aos vitoriosos sem omissão.

Conduz a bela história final

de Jesus à vitória real, sem engodos.

Da cruz, na memória atual,

reluz sua oratória triunfal sobre todos.

É essa a moral duma história imperecível,

impressa, afinal, na memória inesquecível:

Jesus ousou desafiar todo poder fugaz

e nos ensinou a lutar para obter a paz...

Paulo Marcelo Braga

Belém, 20/10/2007

(02 horas e 07 minutos).