ELO SAGRADO

No Gênesis de nossas vidas,

Temos caule, tronco e raiz,

Representam a origem

De um povo que sempre diz:

Quem não preza pelos seus

Não merece ser feliz.

Nossos pais e antepassados

Formam o passado e o presente

Um elo tão indissolúvel

Que germina a semente.

Respeito aos que precederam

Que devemos ter em mente.

Mas um dia todos partem

Em busca de seus anseios

Com as bênçãos do Criador

E a família como esteio.

E tomam rumos diversos

Mirando seus sonhos, creio!

No Êxodo da existência

Somos todos viandantes,

Alguns acham suas paragens;

outros, seguem itinerantes

e continuam a viagem

para além do horizonte.

Faço aqui uma comparação

Seguindo a bela trajetória

Do poder da religião

Dentro de cada história,

Talvez me perca em partes,

Pois versarei de memória.

O guia de todo homem

É a grande luz celestial

Que lhe é dada ao nascer,

Junto com a água e o sal,

Para tudo ter sabor,

Direciona o bem e o mal.

Como Moisés peregrinou

Somos todos andarilhos

Em busca da “Terra Prometida”

Para nós e nossos filhos

Temos o dom da esperança

Para a vida andar nos trilhos.

São doze as tribos de Israel

E os meses do ano cristão

Doze apóstolos de Cristo,

Que nos conduzem pela mão.

Não são meros esses Números

Representam a organização.

Para cada signo do Zodíaco

Uma dúzia de problemas

Quem se liga em fantasias

Em tudo vê um dilema

Duas vezes doze horas do dia

Para equilibrar o esquema.

E ter Deus, como guia,

E a sapiência de Jó

Que resistiu a tentações

Comendo areia e pó

No deserto causticante,

Ele venceu por si só.

Das sagradas escrituras

Livro de Jó é o mais antigo

Não se sabe sua autoria

Se Jó, Moisés ou um amigo,

Salomão ou outros sábios,

Mas nele se encontra abrigo.

Ele traz grandes revelações,

Pois Jó não deixa de acreditar

E questiona a Deus e ao Demo

Que insiste em lhe atentar.

Suas provações e misérias,

A fé nos vem ensinar.

Cantai Salmos de louvor

Aquele que encontrou

Um caminho sem espinhos

E quem nunca se olvidou

Daqueles que o ampararam

Quando a mente fraquejou.

Exaltai em altos brados

Quem acredita sem ver

E dos Provérbios da vida

Sabe a essência colher

Não desvia do caminho

Aquele que sabe crer.

Provérbios de sabedoria

Soube a Bíblia nos deixar

Ensinamentos divinos

Que devemos escutar

O temor dá bons conselhos

E é luz a nos guiar.

Salomão versou seus Cânticos

Com louvor e devoção

Para que o homem justo

Não desvie da razão

E siga os bons ditames

De seu humilde coração.

A beleza pura da mulher

O rei soube decantar

Descrevendo suas núpcias

Para o marido agradar,

Sensualidade e vaidade

Prostradas diante do altar.

Já diziam os profetas:

“Deus fala pela minha voz”!

Lealdade incondicional

“Tende piedade de nós!”,

Que blasfemamos heresias

E recorremos a Vós.

O pastor, profeta da Igreja

Conduz o povo na fé

Tendo a Trindade Santa

Como seu maior tripé

E nas suas orações

Clama por Maria e José.

Não há palavra mais sagrada

Que a dos grandes Evangelhos

Que contam a vida de Cristo,

Convertendo jovens e velhos.

Exemplo de divina bondade

A quem segue seus conselhos.

“Palavras de Salvação!”

Veio ao povo anunciar

Aquele que por suas mãos

Propôs-se a abençoar.

Seu legado: o batismo

Para a alma purificar.

Os Atos de seus Apóstolos

Carregavam multidões,

Levavam sua palavra,

Tocando os corações,

Erradicando injustiças,

Suportando os grilhões.

Por reis foram perseguidos

Para elucidar a humanidade.

Contavam sobre milagres,

Sobre justiça e lealdade,

Juntamente com seu Mestre,

Levavam luz e verdade.

Deixaram Cartas contando

Vida e morte do Nazareno,

Exaltaram suas venturas,

Desde que era bem pequeno,

Ensinando mestres no templo,

Demonstrando saberes, pleno.

Os Apóstolos ensinavam

A vida em comunidade,

Como se forma uma Igreja,

E o destino da humanidade,

Os princípios da retidão,

Peregrinando em cidades.

Também falavam de fé,

Na filosofia da Igreja,

Criticavam a maldade,

A inveja e a avareza,

Traziam a “chave divina”,

Edificavam a grandeza.

De ter um coração aberto

Sob a justiça de Deus

De encontrar os seus caminhos

Aqui na terra e nos céus.

Os homens em suas medidas,

Sejam inocentes ou réus.

E vem João com o Apocalipse

Que significa ‘”Revelação”,

Com profecias ocultas,

Palavras de maldição,

Àqueles que não seguem

O caminho do cristão.

Os caminhos da sabedoria

Levam-nos a compreender

Que tudo o que aqui se faz,

Um dia vamos responder

É o julgamento final

Para aquele que crer.

Que além da existência terrena

Há um mistério a desvendar

“Graças a Deus, sou ateu”,

Sabe o tolo anunciar.

Não teme a vida ou a morte

Aquele que aprende a amar.

Poema publicado no livro Não diga que a poesia está perdida (2016)

Cleusa Piovesan

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Cleusa Piovesan
Enviado por Cleusa Piovesan em 06/08/2020
Código do texto: T7027638
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