Balada espiritualista
Nada de eterno tem a vida,
Por qualquer coisa se desmonta
E aos poucos fica dissolvida.
Em um átomo de segundo
Tenho a sensação desse mundo
Em minhas mãos, mas algo conta
Pra mim que, perto de tudo isso,
Fico totalmente submisso.
A vida nos dá a sensação
De que bastantes coisas valem
A pena quando essa amargura
Torna-se uma reles paixão,
Um passado, uma brandura,
Que agora muito se fazem
Presentes na eterna visão
De que a vida é apenas candura.
A essência da realidade
Mostra como devemos ser,
Deve-se tomar a verdade
De modo singular ao vermos
Que tudo é muito passageiro.
Se na vida formos obreiros,
Cada ato demonstra seu encanto
Ficando em seu devido canto.
Tudo o que é bom pode surgir
Ao nosso alcance se a emoção
Estiver um tempo a emergir
Com adequada e boa ação.