Lamento de Gaia
as folhas caem, sopram com o vento e avisando
Cura-me , cuida de mim, sou a mãe Terra que tudo gera, que tudo doa, que tudo cria
Não te nego a beleza , não te nego as folhas para a cura, não te nego o ar sagrado que vocês respiram , não te nego o alimento que da minha terra vem para te alimentar, divida , minha terra é próspera, é divina, então, dividam.
Pelas minhas veias correm águas puras e prósperas, limpas
Bebam , matem a sede e não me polue, não desmatem meus cabelos longos, minha força da Mata ciliar, meus cipós, minhas colunas de árvores milenares, cada folha, erva, flor, são minhas, te presenteio, cuida de mim.
O barro cheio de rejeitos poluindo meus rios , invadindo minhas matas , lavando de corpos e de sangue minhas margens, não fui eu que criei.
Os peixes mortos a boiar por comer plásticos, alumínio, vidros não fui eu que criei, recebi como presente que matou meus filhos, peixes, algas, corais, então chorei na tempestade a devastar.
A fumaça, das indústrias dos homens , os caixotes de lata que andam a quatro borrachas, os lixos tóxicos, a poluição a sufocar meu pulmão, as queimadas a rasgar minha respiração. Parem! Não se agridam, olhem para o próximo, olhem para mim. Eu preciso me isolar, sem Vocês, vou respirar um pouco, é tempo de refletir, é tempo de sentir, é tempo de renovar. Reflitam, sintam, renovem-se. Quando tudo retomar, estarei aqui na minha forma mais natural, perfeita, divina a servir os seres vivos, humanos e não humanos.
Sou a mãe Terra e aqui estou, estarei, a te esperar. Tudo passa.