...e se eu morresse amanhã?
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Depois de amanhã estaria ainda presente na vida;
Embora inerte, velado, ainda assim existiria;
Já não mais vivo, apagado, gelado;
Sem mais querer, nem visão;
Sem tocar, sem chamar, sem bater, sem pensar,
Só com o tal “Ai”, por alguém que se foi!

Com sorte filhos encaminhados, crescidos, amigos...;
Vários dizeres dizendo, estou subscrito em cada um;
Tornem efêmera a dor;
Que sempre tem o tamanho do amor;
Copiem-me, me leiam, me entendam;
Decifrem-me, tentem tentando!

Lamentos, dizeres bem ditos;
Exagero talvez, humano é que o fez (eu);
Descontem estes, do rol de meus erros;
Entendam meus fartos garranchos;
Terminem meus deveres consignados,
Atrapalhados, honestos, insofismáveis!

Tentem me ver pelo prisma
Que a doutrina me doutrinou;
Mas não façam ilações definitivas;
Façam funcionar a balança justa e precisa;
...Não vim trazer brigas...
Entendam meu ponto inicial!

Se é que vivi sem loucuras
Confesso, de fato não sei;
Ajudem a me definir, por favor,
Ajuda, vem sempre a tempo;
Peço, não deixem 'esse' gorar a razão
Num calor árido fustigar, respingando em vocês!

Trabalhem e vivam bastante;
Se encantem, sempre com os pés amigados,
Soltos mais rentes ao chão;
Pra correr, ficar, dizer não, por que não...
Reforço o pedido quase ensandecido;
Entendam, meu ponto inicial!

Depois que o dever me chamar;
Para última volta axial;
Debulhem todas as respostas possíveis;
Joguem tudo naquela mesma balança...;
Quem sabe, um ou outro desponte e se lance;
...Com sorte explique, meu ponto inicial!

Como isso tudo são fatos inconclusos;
Conjecturas vãs, num momento de pouca lucidez,
Que não posso afirmar cem por cento;
Talvez tudo fique pra depois, do Depois...;
E se eu merecer “um extra da vida”;
Agradeço prometendo entender
E explicar, o meu ponto final!

                                                       
 ...E se eu não morrer...?
SERRA GERAL
Enviado por SERRA GERAL em 15/04/2020
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