Onírico
Que meus sonhos alimentem não somente minha cabeça
Que meu corpo seja resultado deles
Perco-me em sonhos, às vezes
E às vezes meu corpo perde-se de mim
Vago por linhas tortas e retas curvas
Onde acabo por me encontrar nessa virtude de ser realidade
A mistura se incorpora e me deixo levar
Por lagos rios e luas
Ahhh, eu preciso voar, tocar num disco voador
Ser geleira escorregadia, ser vulcão expelindo flores
Não me acanho de ir ao mais frio de mim e mergulhar no meu mais quente que faz derreter
E sonho do início da noite ao amanhecer...
Que eles tenham a dimensão do arpoador
Pescar o mundo ao contrário
Rios acima e fogos a baixo
Labaredas e correntezas
Cabeças emoções e certezas
No limite irei prosseguir nessa destreza de ser sonhador
Sorrisos e dores, olhares de soslaios e complementos corajosos de amores...
Minha cabeça é um dom
Lunares e mares de Marte num semblante
Arrebatador