ALMA

De onde alma vieste?

Por onde não te busquei

Achara-te no caminho tão só

Quanto a mim encontrei

Perdida no mundo tão negro,

Criado em rica ilusão

Contida em tua pureza

Reprimida na tua emoção

Os ventos guiaram o tempo

Sem saber aonde irás

Remoendo os desalentos

Olhando os pobres mortais

Observa a tristeza,

da humana natureza voraz

No caos de sua insana ganância

Saciando seu egoísmo sagaz

Vestida com pés descalços

No silêncio da sensatez

Necessitas de um caminho claro,

Que a morte da virtude desfez

Donde alma achas-te,

Esse orbe querer habitar?

Onde rude costume cultivam,

Desprezando uma vida honrar.

Carregas uma esperança no peito

Que o desgosto não consegue despir

Herdas dos nobres espíritos

Esse jeito distinto a seguir

A Longa planície é árdua

A quem tenta os outros comprar

Quem sabe um pouco mais tenro

Aquele que deixa o coração lhe guiar

Já vistes o pôr do sol, no alto da montanha se abrir

Nos mares, a solidão sorrindo,

nos braços de quem se viu partir

Já viste a noite secar, na espera da consciência.

A amargura tendo filhos, em sua descendência

Viste portas de lares fechadas

Para vidas inteiras roubar

Ideias, frágeis de um novo rumo

Amante do tédio vulgar

Culpa em cada um é tida

Na Teima em desviar da estrada,

como se o torvo fosse conquista,

para uma alma desencontrada

A ermo, então, segues como arauto

Lendo o livro escrito a mão

Elevando os olhos ao alto

Aceitando a salvação

Recitando pelos lugares

Os versos escolhidos do não mentir

Alheio a gozos vulgares

Atento para chamada

Com olhos fitando ao subir.

niterói.rj | 2011

Rinaldo Santo
Enviado por Rinaldo Santo em 08/04/2020
Reeditado em 30/07/2021
Código do texto: T6910504
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