No deserto
Sentiu fome, embora fosse o alimento das almas
Sentiu sede, embora fosse a água viva que a tudo lava e regenera
Sentiu solidão, embora fosse o verdadeiro abrigo e amigo de todos
Sentiu frio, embora fosse o fogo que aquece e dá ânimo às almas
Sentiu a ausência do Pai, embora fosse um com Ele
Sentiu dores e cansaço, embora tenha dito que aliviaria o cansaço de todos que a Ele se achegassem
Orou e não obteve resposta, embora fosse filho primogênito do Pai, experimentou o seu silêncio.
Foi tentado, embora fosse Deus
Sentiu-se fraco, embora tivesse em si a força do Espírito do Pai
Sentiu as angústias humanas em sua pele ressequida pelas agruras do deserto, embora fosse príncipe da paz
Pendeu de uma cruz, embora seja vencedor do deserto e da morte.
Ethel, hoje, 20 de março de 2020