nada na cabeça
sentei-me pra fazer poesia
(alguém me diria: poema)
não fiz nem uma coisa
nem outra
passou pela minha cabeça
a poesia não passa
no que quer que lhe aconteça
a poesia aparece
ou, se for melhor,
acontece
enquanto a gente viver
e quando a gente se esquece
de pretendê-la buscar
eis que agora anoitece
e Filomena não veio
quero meu pão de centeio
mas só amanhã de manhã
se o brilho do sol colorir
a idéia que devo plantar
Rio, 23/08/2007