ALMA NO RIO, ALMA NO MAR
ALMA NO RIO, ALMA NO MAR
Como um rio, que flui sempre para o mar,
assim é a minha alma...
Alma que nada como um peixe espiritual,
que se nutre de algas,
de abundâncias alimentícias marinhas...
Alma que mora no rio,
mas fluidicamente emerge dele
e migra ao imenso mar da espiritualidade.
Deixa-me voar,
como uma ave migratória, a viver,
ora na água doce do rio,
ora na água salgada do mar.
Deixa-me viver, ora no corpo físico,
morada momentânea,
ora no corpo fluídico, morada eterna.
Deixa-me viver,
alma no rio, alma no mar.
Alma em visita a Terra.
Alma que sempre migra ao céu estelar.
Às vezes eu pairo, como um peixe espiritual,
sobre o rio, só para desfrutar
de sua vigorosa beleza fluvial.
Os peixes comuns não fazem isso,
porque não sabem pairar, voar,
a não ser quando estão dentro d'água.
Por isso pairo, algumas vezes, para ver
de cima, com os meus olhos perispirituais,
como é lindo ver o rio por dentro,
correr a vista em seu leito, sentir a beleza
que emana dos peixes e paisagens fluviais.
Como um rio, cujo destino é despejar
suas águas no mar,
assim é a minha alma...
Que mora no rio e mora no mar.
Que vê e sobrevoa, igualmente,
a exuberante beleza que exala dos peixes
e paisagens marinhas. Alma que,
mais que um peixe comum,
é um peixe espiritual. Alma que semelha
a uma ave migratória. Vai para o rio,
vai para o mar. Vincula-se a um corpo
(corpo de peixe e/ou corpo humano),
mas liberta-se do cárcere
como um passaro espiritual.
Alma que visita a Terra,
mas sempre migra ao eterno céu estelar.
Adilson Fontoura