Minha alma
A minha alma espera o fechar dos meus olhos,
Sai e abandona o corpo que adormece,
Antes mesmo de terminar a prece,
Que minha mãe ensinara,
A minha alma,
Busca outros destinos, permeia por vales imensos,
Num olhar profundo contempla,
A estátua de pedra da celebridade, quase esquecida,
Olha o céu, as estrelas
Deita sobre a relva molhada,
Rola montanha abaixo,
Com antigos amores se depara,
De volúpia treme,
Numa dor de parto expulsa o rebento de saudades antigas, de dias que não voltam jamais.
Como bailarina , dança, dança e dança ...
Para e vê seu reflexo no lago,
Canta tão alto que o eco se espalha a milhões de quilômetros daqui.
Fadas gnomos, querubins, todos ali,
Seduzidos pelo encanto da voz delicada,
A melodia inusitada,
Canção celestial.
Singular melodia que retrata a vida,
Como nunca antes sentida
A expressão mais bela do amor,
O arco Iris aparece
Todos se agitam,
Apressados se afastam,
A minha alma entende, precisa voltar,
O corpo espera
Precisa acordar,
O passeio acaba,
O despertar acontece
Olho-me no espelho,
Cabelos desalinhados,
Marcas no travesseiro,
Sussurro uma música,
Não sei de onde vem,
Ah! Lembranças
Do passeio noturno,
Mistérios de minha alma.
Polly Hundson