Única salvação
Estou sangrando...
Os pulsos esvaindo em gotas.
Tão torrenciais quanto à chuva de verão,
O meu espírito se perde.
Em meio à tempestade,
Pela vastidão da escuridão.
Não há razão e nem o porquê,
Para prosseguir.
Em meio a duvidas, nada da resposta...
Não tenho como arguir.
Estou caindo...
O meu corpo jogado ao chão.
Posso vê-lo através do espelho,
Envolta numa poça de cor vermelha.
Sinto as forças se esvaindo,
O coração desacelerando.
As pulsações cardíacas diminuindo.
Lentamente o seu ritmo.
Posso vivenciar com todo realismo,
O liquido percorrendo em toda direção.
Estou agonizando...
Por que será que ainda estou aqui?
A minha respiração cada vez mais lenta.
Então, venha me buscar abra a porta.
Que me separa do seu mundo.
Leve-me embora, leve-me daqui.
Não vê que já estou morrendo?
Neste lado as pessoas são frias, preciso de calor.
Desejo não mais vivenciar a dor do desamor,
Traga-me o alivio... Dê-me o teu amor.
Estou me desesperando...
Necessito ir ao teu encontro, esta é a decisão.
Está parecendo que não quer segurar a minha mão.
Quantos minutos de agonia terei que suportar mais?
Em sussurros esvaindo e também de dor, os ais.
A letargia física não supera a dor da alma.
Carregue meu perispírito sem alguma calma.
Faça brotar novamente um sorriso nos lábios.
É isso que desejo desde o início...
Preciso que me enxergue com exatidão.
Estou sangrando...
Caindo...
Agonizando...
Desesperando...
Sem a tua presença,
Dê-me um pouco de esperança.
Leve-me em tua direção,
Não tenho a certeza,
Mas posso ver com clareza...
Que é a única salvação.