JESUS NÓS E A CRUZ
Naquela noite
No jardim das Oliveiras
Jesus orava em profundo silêncio
Enquanto seus
Discípulos dormiam dispersos..
As oliveiras faziam companhia a Jesus
As olivas irradiavam um néctar
Que Jerusalém iria perpetuar.
Jesus espera Judas
Com amorosidade
Sabia ele que iria ser beijado
Este sinal era esperado.
O sofrimento, o arrependimento, à forca
Foi um erro de percurso
Nem tudo estava traçado - Era preciso.
Àquela noite, a noite das olivas
Os apóstolos
Dormiam profundamente
Enquanto o filho conversa com o Pai
À noite toma contorno dramático, de subito
O beijo, a traição
Imperturbável ainda em silêncio profundo
Jesus diz a Pedro, mete a tua espada na bainha
Com quem o ferro fere com ele será ferido
Jesus, deixa-se arrastar pela fúria animalizada da tola humanidade
O açoite
A humilhação
O sofrimento
O cenário estava pronto
Os diretores e atores infantis
Ensaiam o ato seguinte
A peça começa.
-Eu lavo as minhas mãos!
O Sinedrio conclama:
"Àquele que trasformou à agua em vinho...
E alimentou 5 mil homens com cinco pães...
Merece o castigo?"
Havia euforia:
A tragédia viria no próximo ato:
Qual o ator que usará o martelo?
Quem gritará:
- Este homem é um impostor!
Quem erguerá um véu
Para limpar o sangue do seu rosto
Era tudo um grande teatro
Éramos nós os atores e autores
da noite do jardim das oliveira
Naquela noite os apóstolos dormiram,
no primeiro ato
E nós, que conhecemos a peça
Qual o papel que escolheremos?
Quem acordará surpreso, o que eu fiz?
Quem levará a lança? Quem dirá ele merece a cruz?
Quem ficará ao lado de Maria?
Quem trairá antes do sol se pôr. Quem?
Quem entre nós terá coragem
De carregar o novo cenário
Quem visitará o túmulo
Quem carregará seu corpo
Quem terá a coragem de dizer
Este homem é inocente!
Naquela noite
A noite das oliveiras
As mulheres as Marias despertaram
E na noite seguinte, entramos
Em sono profundo
Eu ainda tenho as minhas mãos lavadas…