UM POEMA DE NATAL
Conta a lenda, rezam antigas escrituras
Que nasceu nas palhas de uma estrebaria
Um menino que nos deu sua vida
Para nos salvar e cumprir estranha profecia
Seu corpo pequenino recentemente parido
Foi cingido em panos porque água não havia
Num mundo alheio sufocou-lhe o pranto
O leite bendito das doídas mamas de Maria
O amor supera a dor, seu único alimento
Das forças ancestrais da criação, surgia
No imprevisível cenário o menino vingou
Nos limites preçarios que a vida oferecia
Cresceu em um lugar remoto e extremo
Em grande sabedoria, a criança surpreendeu
Fugiu dos pais foi encontrado numa sinagoga
Com os sábios da época suas ideias discutia
Abdicou da vida mundana, servir ao pai
Era mantra, paixão doentia, razão de vida
Sua pregação fascinou, ocasionou choques,
Criou paradigmas, desmacarou a hipocrisia
Por suas ideias foi levado ao calvário, dizia:
Primeiro a cruz, depois a glória, assim reviveu
Mostrando que a alma era maior que a morte
Assim sua doutrina ninguém mais apagaria
Seu nascimento, na humilde manjedoura
Um rasgo de luz que arrefece nossas aflições
É o marco mais indelével da humananidade
Porque sofreu o infortúnio que a nós cabia
Por isso celebre o nascimento do salvador
Achegue-se, ame, doe-se, viva com harmonia
Abra seu coracao ao sol que nos conduz
Porque o natal é muito mais que um dia!