In memoriam de Heitor e Lucinha, minha alma chora...
Duas “surpresas” bateram à minha porta-vivência
Na realidade, não sei se foram surpresas
Antes, não tão muito longe
Tive a oportunidade de receber
“Sinais”, ainda que superficiais
O primeiro se dera ao receber uma ligação telefônica
Do irmão Heitor
Num dia...
E no dia seguinte
A morte física
Bateu a porta do emissário
O estranho
Estava indo para um local
Esqueci a chave do imóvel
Volto a casa
E retorno ao destino dantes
Pegando outro caminho
Deparo-me com um caixão dentro da loja
Onde o amigo iria montar um comércio
Quem estava naquela urna fúnebre?
Para a “surpresa”
Ele, que desencarnara na madrugada
Tinha uma cardiopatia grave
Era um protetor e amante da causa animal...
A outra, estava eu concluindo
A leitura um romance espírita
Cuja personagem central se firmara na volta para o lar imortal
De um espírito reencarnado que tivera uma grande trajetória de lutas
Por provas e expiações das mais complexas possíveis
Mas sua firmeza na escolha de cumpri-las à risca
Sem queixas ao Pai,
Voltou ao lar imortal sob os júbilos do recebimento em Glórias
Assim, fez-me pensar na irmã Lucinha lá do Recife
Que há 38 anos convivia com dores, sofrimento e sorrisos livres
Na passagem pela Terra, diante de uma doença
Em que lhe deram
Não menos que meses de vida
E os sorrisos de compreensão da missão escolhida
Dava-me a sensação que estava diante de um espirito
De e com muita luz
E estava mesmo
Pressentia isso quando em vida física
Travávamos conversas
Nesta tarde,
Diante de um acidente doméstico ocorrido no dia anterior
Em orações
Pedia ao Pai pela recuperação física dela
Mesmo sentido tão frágil estava aquele corpo
Contudo, ao final do pedido, deixara sob o manto da decisão final Dele
A melhor resposta
Ou seja, o que fosse melhor para a irmã Lucinda
E hoje Ele a arrebata daquele sofrido corpo
Com certeza,
O céu está fazendo festejos diversos
Ao recebê-la em Glórias
Pela linda lição de vida
Deixada para todos e todas
Que a acompanharam em trajetória por este orbe
Não tenho dúvida disso
Assim é a vida
Um enigma que somente a Ele pertence as respostas
Para melhor compreendermos o que está por trás de cada
Caminhada que faremos por estas bandas de cá...
Agora, no apego da sensibilidade física
Diante das boas lembranças
Resta-nos a chorar as lágrimas sadias das saudades
E extrairmos das lições da vida física de Lucinha
Os testemunhos dados,
A força dos sorrisos
Mesmo sobre as dores da carne
Que sempre nela víamos
E com isso, aguardamos nossos,
Possíveis reencontros,
Se merecermos,
Num até breve em palavras finais...