Deuses Americanos*

Ha mais de cinco mil anos

Lá no velho continente

Com olhos de cores vívidas

E sorriso prepotente

Sem bagagem nem aviso

Já cansados de existir

Grandes e improváveis seres

Vieram parar aqui

Peregrinos os trouxeram

De suas terras para cá

Com seus corações devotos

Aos seus deuses adorar

Com capas velhas já surradas

Atravessando mares e estradas

Com incerteza viajavam

Junto a escravos tão sofridos

e seus corações doridos

Em suas mentes habitavam

Fadas trolls alguns duendes

Anansi com seus olhos ardentes

Ninfas e sátiros a dançar

Alguns de pele negra como a de Mama –jii

Laos, Baron Samedi, Papa Legba

E outros que não gostavam de se vestir

Três Zoryas e spriggans, pixies de modos obscuros

Com cabelos ruivos curtos

Um tal de Mad Swenney, leprechaum de sangue puro

Após vários equinócios, e Invernos de estremecer

Os longínquos forasteiros começaram a esquecer

De quem consigo tinham trazido, de suas terras para cá

Sabe como morre um deus?

É só deixarem de o adorar!

Sem mulso, vinho ou oferendas

Cânticos, sacrifícios ou bacanais

Sem sangue, forca ou afogamentos

infanticídios nunca mais.

Suas histórias repaginadas

Esquecidos nessa nova era

Muitos lamuriavam... a sua última quimera

Ocultados por aparências

Usurpados por novos deuses

Travando guerras de cunho lendário

Da humanidade no imaginário

Terreno fértil para eles.

(*Esse poema é uma resenha baseada na obra de Neil Gaiman:

American Goods 2001).

Michael Thomaz
Enviado por Michael Thomaz em 31/08/2019
Reeditado em 24/03/2024
Código do texto: T6734017
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