Deuses Americanos*
Ha mais de cinco mil anos
Lá no velho continente
Com olhos de cores vívidas
E sorriso prepotente
Sem bagagem nem aviso
Já cansados de existir
Grandes e improváveis seres
Vieram parar aqui
Peregrinos os trouxeram
De suas terras para cá
Com seus corações devotos
Aos seus deuses adorar
Com capas velhas já surradas
Atravessando mares e estradas
Com incerteza viajavam
Junto a escravos tão sofridos
e seus corações doridos
Em suas mentes habitavam
Fadas trolls alguns duendes
Anansi com seus olhos ardentes
Ninfas e sátiros a dançar
Alguns de pele negra como a de Mama –jii
Laos, Baron Samedi, Papa Legba
E outros que não gostavam de se vestir
Três Zoryas e spriggans, pixies de modos obscuros
Com cabelos ruivos curtos
Um tal de Mad Swenney, leprechaum de sangue puro
Após vários equinócios, e Invernos de estremecer
Os longínquos forasteiros começaram a esquecer
De quem consigo tinham trazido, de suas terras para cá
Sabe como morre um deus?
É só deixarem de o adorar!
Sem mulso, vinho ou oferendas
Cânticos, sacrifícios ou bacanais
Sem sangue, forca ou afogamentos
infanticídios nunca mais.
Suas histórias repaginadas
Esquecidos nessa nova era
Muitos lamuriavam... a sua última quimera
Ocultados por aparências
Usurpados por novos deuses
Travando guerras de cunho lendário
Da humanidade no imaginário
Terreno fértil para eles.
(*Esse poema é uma resenha baseada na obra de Neil Gaiman:
American Goods 2001).