Provações
Provações
Marco Sartorato
Vi o céu se manchar da cor cinzenta
E não havia lá, a alegria de sóis.
Aqui passava uma grande tormenta,
Derrubando pedras, apagando faróis.
Vi passar um barquinho à deriva calma,
Sem nada, ou ninguém a bordo ter.
Uma tristeza imensa por aquelas almas,
Veio rasante em meu peito bater.
Vi a noite delirar num sono fosco,
Uma quietude abrangente e sentenciada.
Como prisioneiro em um corpo tosco,
Ferida de morte a minha alma atormentada.
Vi os dias passarem multiplicando o povo
E nada, por bem ou por mal, se modificar.
Mas eis que, ancião, tudo “fiz” nascer de novo,
Nos princípios da força da mente, a pensar.
Então vi a minha esperança de amor se refazer,
Naquele momento de plena anunciação.
Fartei de Deus a alegria e o prazer
E fiz meu corpo ressurreto pela sua paixão.