De: Gris
De: Gris
Calmo, tranquilo e sereno era o mundo que eu costumava conhecer,
O chão era firme exatamente como o céu por sobre minha cabeça.
Cantava todos os dias para Ele, para ela e isto parecia tão perfeito,
Eu, Gris, sentia no peito a emoção e honra de caminhar com ambos.
Com meus sonhos, cantos, preces enchia o amanhã de esperança,
Os sábados eram mesas fartas, histórias de dias e tantas gargalhadas.
Cada detalhe entre partidas e chegadas e na madrugada, choro e fé.
Via nisto um coberto aquecido e um tempo inominável de amor infindo.
Eu lembro com riqueza de detalhes a virtude na afeição dos olhares,
A Eternidade caminhava conosco e nos mostrava gotas da vida porvir.
Um elo maior que a maternidade e alicerçado na Verdade que liberta.
Cada dia trazia consigo um ensino, agridoce caminho, trilhas estreitas.
Mas agora o chão é debris e o firmamento se escapou da minha visão,
Moinhos de ventos e seus atritos racharam o elo, só me resta erosão
E os raios de sol já não tem tanta força para me encontrar onde estou.
Aqui o opaco é igual aos meus sentimentos, carrego tormento e dor.
Mui surpresa, aprendi a voar com todos esses pesos nas costas e
mesmo com a visão embaçada eu me permito nas nuvens plainar.
Pássaros me guiam e simetricamente vamos aonde eu sequer sei.
Uma chuva serôdia refresca o destino e atino para ainda estar viva.
Aprendi com isso a perseverar, aprendi a lutar, ir ao encontro do Lar.
As estrelas apontam a destinação final e eu anelo o tal final feliz.
Elas mostram que não há comparação com o que por lá me espera.
Estar em Tuas mãos me assegura o caminho e me guarda segura,
Em Tuas mãos sinto que sigo certa, alem da escuridão que me cerca.
Victor Cunha
Inspirado na história do jogo GRIS