DEUSA MENINA DO MAR
Poema escrito para a tela CONCHINHA, do artista Alcir Dias, na exposição da 29ª edição do evento Arte de Portas Abertas, em Santa Teresa, RJ
Manjar dos deuses
Deusa menina do mar
Arrastas em onda o nosso afeto
Alegria, presença
Em oferta de amor permanente
Retira da gente em puro ouro
Oferendas da alma
Atiradas ao luar.
Menina Mãe
Deusa das claras águas
Remove de nós a lama,
Brumas dos rios em dor Mariana,
Que a enxurrada deságua no mar.
Lava nossas incertezas,
Sonha para nós cristalina pureza
Seixos entre conchas,
Onde pulam peixes, sereias
Livres das sobras,
Livres dos restos descartados
De um coração plastificado
Livres das humanas sombras.
Encontre o primeiro som
O universo te embala!
Memória do tempo,
Eco de um divino toque
Em que o homem e Deus
eram um só pensamento.
Teu azul confunde-se com o céu
E em ondas claras trazes os mares,
E em marés e marés
Nas diferentes ondas,
Compreendemos encontros e despedidas
Na aceitação da impermanência
O mais belo presente: a VIDA