ESPELHO DE OXUM

Poema escrito para a tela ESPELHINHO, do artista Alcir Dias, na exposição da 29ª edição do evento Arte de Portas Abertas, em Santa Teresa, RJ.

O rio nasce do choro

Do choro de Oxum criança nasce o rio,

Que se dá em doces águas

De espelho nunca permanente.

Como conter o pranto,

Futuro pela menina vislumbrado,

Ao perceber que turvam em lama

As águas que pertencem ao sagrado?

A criança chora peixes,

Chora dores,

Chora lírios,

Chora cores...

Silenciosa,

Seu olhar de viés deságua...

Mergulha em rio profundo

Os que ousam manchar

A suavidade

Espelhada de suas mágoas.

Stella Motta
Enviado por Stella Motta em 21/07/2019
Reeditado em 22/07/2019
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