ESPELHO DE OXUM
Poema escrito para a tela ESPELHINHO, do artista Alcir Dias, na exposição da 29ª edição do evento Arte de Portas Abertas, em Santa Teresa, RJ.
O rio nasce do choro
Do choro de Oxum criança nasce o rio,
Que se dá em doces águas
De espelho nunca permanente.
Como conter o pranto,
Futuro pela menina vislumbrado,
Ao perceber que turvam em lama
As águas que pertencem ao sagrado?
A criança chora peixes,
Chora dores,
Chora lírios,
Chora cores...
Silenciosa,
Seu olhar de viés deságua...
Mergulha em rio profundo
Os que ousam manchar
A suavidade
Espelhada de suas mágoas.