SENDAS POETICAS
SENDAS POÉTICAS
Quando me ocorre
eventualmente
escrever algum poema,
não ouço
nenhum ruído
do ambiente exterior;
no entanto,
dentro de mim,
o silêncio
fala-me de algum tema
existencial,
que vai ser abordado
no texto inspirador.
Os versos deslizam
pelas ondas fluídicas
silenciosas;
e materializam-se
pelas mãos,
sobre a folha
branca virtual;
bem contente,
minha alma delineia
as sendas
poéticas imaginosas;
que brotam decerto,
de seu peculiar
artifício espiritual.
Foma-se a linguagem,
a partir
de fagulhas espirituais;
emanadas por anjos,
habituados a paz
dos silêncios estelares;
a linguagem
poética enche-se
dos labores
transcendentais;
e não remata o poema,
antes que o poeta
decida seguir
pelas sendas exemplares.
Meu corpo não dorme.
Está desperto.
Ainda não ouço
um mínimo de ruído.
Sinto que,
é como se dormisse;
porque enquanto escrevo,
minha alma
está alheia a realidade
carnal que me cerca.
De súbito,
perco a leveza
perispiritual,
que me permitiu
sair por alguns instantes
do corpo físico;
volto a sentir
os ruídos habituais
do cotidiano.
Por fim, olho pra
folha virtual
e me deparo contente,
com mais
um poema pronto,
que escrevi
enquanto estive
em transe mediúnico.
Escritor Adilson Fontoura