A MINHA ALMA E AS ALMAS DAS ARVORES

A MINHA ALMA E AS ALMAS DAS ÁRVORES

Vejo

como as almas das árvores sorriem,

quando germinam

a qualquer hora

do dia ou da noite,

o florir de teus sentimentos vegetais.

Durmo

nas entranhas dessas árvores

sorridentes,

para sentir a beleza

de teus cantos silenciosos.

E, quando

abro os olhos perispirituais,

me delicio

com as árias angélicas,

cantadas

pelas almas

dessas árvores celestes.

Assim,

não há segredo

entre a minha alma

e as almas das árvores;

porque ambas

pertencem a natureza.

Ambas

se espiritualizam pela doação

espontânea de Deus;

que concede às nossas almas,

almas humanas e vegetais,

a leveza

de voarmos por entre

as entranhas do vento espiritual.

Que,

tão cúmplice de nossas afinidades

sentimentais,

deixa que os teus vazios ventosos,

sejam preenchidos

por nossos sonhos emotivos.

Que se derramam

como céu de neve,

cobrindo leve e suavemente,

as veredas

espirituais por onde pisamos.

Antes

de dormirmos

e após

acordarmos,

temos a vaga lembrança

do que motivou os nossos sonhos.

Os corpos

humanos e os corpos vegetais

repousam,

acamados

em ninhos que lhes amaciam

teus sonos profundos.

Enquanto dormem,

tuas almas

(humanas e vegetais)

se desdobram

em andanças espirituais;

Ambas

se harmonizam com os eflúvios

oriundos dos seres

de luzes celestiais.

E, enquanto

os nossos corpos físicos

não despertam,

voamos juntas

(a minha alma e as almas das árvores),

por sobre

tuas frondes espirituais.

E não há segredo

entre nós:

senão,

no cochicho de nossos sorrisos;

quando vemos,

ainda desdobradas,

o sono profundo

de nossos corpos carnais e vegetais.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 30/06/2019
Reeditado em 30/06/2019
Código do texto: T6685204
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