NA ROTA DA MORTE

NA ROTA DA MORTE

Na rota da morte

a vida carnal não cessa,

sem que a alma

se desligue da vida perecível;

pois a alma

não fica na morte,

e logo se apressa

para viver

na vida eterna possível.

Na rota da morte,

a alma não vive

a morte,

vive a vida sempre liberta;

apesar de presa

no corpo sem vínculo

eterno,

pois se reveste

de outro corpo,

o perispírito,

que lhe é inseparável.

Na rota da morte,

a alma não espreita a morte;

mas a teme,

quando lhe compreende

apenas

pela visão carnal;

mesmo assim,

ocupa-se em viver

a própria vida imperecível,

alojada noutra vida que,

quando a morte lhe alcança,

a alma pensa

que também morreu,

só que, logo após,

se surpreende com a ilusão

da morte na razão

sobrevivente,

pois ela vê e sente

transportar-se

pelo perispírito,

para a vida espírita eterna.

Na rota da morte,

a alma ignara

se apega ao corpo

que já morreu;

sabendo que continua viva,

confunde o perispírito

com o corpo

físico morto;

leva algum tempo,

todavia,

para que, enfim, esclareça-se,

e se reconheça

como ser espiritual imortal.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 28/06/2019
Código do texto: T6684039
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