Eu, que sempre amei verdadeiramente a vida,
Nela não vi nada que fosse fruto de ocasião,
Uma só lágrima que não devesse ser vertida
Ou uma gota de sangue derramada em vão;
Amei o mundo porque nele vi o divino,
Tudo que nele há merece minha solidariedade.
Pó, larvas, demônios, pensamentos, destino,
E a desordem que clama por governabilidade;
Eu, que fui a língua que descreve o concreto,
Só aprendi aquilo que podia ser entendido e dito,
Porque minha mente só fala através do alfabeto,
Mas o verdadeiro mundo não pode ser descrito;
Eu, que já fui o caos que as trevas escondia ,
Fui o pai da sombra que cobria o misterioso
Perante mim toda a luz quebrava e empalidecia
E tudo permanecia sombrio e silencioso.
Eu já fui uma centelha de luz aprisionada
Num céu sem noite e tempo dimensionado,
Concentrando tudo no meu próprio nada
Só esperando a hora de ser libertado.
EU SOU foi o meu grito de liberdade,
Quando rompi o mistério da minha Letra,
Espelhando no vazio a materialidade,
Fui útero do mundo e meu próprio obstetra.
Já fui planta, alga marinha e o próprio rochedo
E vivi no mar antes de aportar na terra;
Tracei meus rumos e meu próprio enredo
Negociei minha paz e lutei minha guerra;
Eu, que em todas minhas existências fui livre,
Porque na simplicidade de cada forma assumida
Não me foi cobrada a obrigação de quem vive
Que é ser o guardião das condições de vida;
Agora livre das leis do carma e da mediocridade,
Minha única necessidade é saber quem sou.
Tornei-me um servo da minha complexidade,
E já não me sinto filho da mãe que me gerou.
Eu sou o homem, ponta final da flecha da evolução,
Que Deus planejou para dar sentido ao próprio fado.
Não sou tão simples que não possa causar confusão,
Nem tão complexo que não possa ser decifrado.
Nela não vi nada que fosse fruto de ocasião,
Uma só lágrima que não devesse ser vertida
Ou uma gota de sangue derramada em vão;
Amei o mundo porque nele vi o divino,
Tudo que nele há merece minha solidariedade.
Pó, larvas, demônios, pensamentos, destino,
E a desordem que clama por governabilidade;
Eu, que fui a língua que descreve o concreto,
Só aprendi aquilo que podia ser entendido e dito,
Porque minha mente só fala através do alfabeto,
Mas o verdadeiro mundo não pode ser descrito;
Eu, que já fui o caos que as trevas escondia ,
Fui o pai da sombra que cobria o misterioso
Perante mim toda a luz quebrava e empalidecia
E tudo permanecia sombrio e silencioso.
Eu já fui uma centelha de luz aprisionada
Num céu sem noite e tempo dimensionado,
Concentrando tudo no meu próprio nada
Só esperando a hora de ser libertado.
EU SOU foi o meu grito de liberdade,
Quando rompi o mistério da minha Letra,
Espelhando no vazio a materialidade,
Fui útero do mundo e meu próprio obstetra.
Já fui planta, alga marinha e o próprio rochedo
E vivi no mar antes de aportar na terra;
Tracei meus rumos e meu próprio enredo
Negociei minha paz e lutei minha guerra;
Eu, que em todas minhas existências fui livre,
Porque na simplicidade de cada forma assumida
Não me foi cobrada a obrigação de quem vive
Que é ser o guardião das condições de vida;
Agora livre das leis do carma e da mediocridade,
Minha única necessidade é saber quem sou.
Tornei-me um servo da minha complexidade,
E já não me sinto filho da mãe que me gerou.
Eu sou o homem, ponta final da flecha da evolução,
Que Deus planejou para dar sentido ao próprio fado.
Não sou tão simples que não possa causar confusão,
Nem tão complexo que não possa ser decifrado.