NOVO OLHAR
NOVO OLHAR
Há uma voz sem eco,
que se perde
no silêncio da noite avançada.
E eu não sei
se é você quem me fala
de algum profundo abismo de sua alma,
que até então,
nao consegue emergir de si.
Fala-me, e eu mal te escuto.
Estende-me as mãos e eu não as alcanço.
Clama-me por socorro,
mas não cita Deus em sua súplica.
A noite avança
em seu precipício, mas não se modifica,
para que mereça a claridade do dia.
Eu estou do lado de cá,
e você do lado de lá.
A vida e o mundo estão confusos
em seu pensar. O que é o céu, senão a paz
na própria alma? O que é o inferno,
senão o tormento no próprio eu obscuro?
Recebo a luz e dou-te,
a cada instante que me suplica
o consolo espiritual que necessita.
Mas pede sobretudo a Deus, que, caso
mereça, lhe será misericordioso,
e lhe enviará os Mensageiros da Luz,
que lhes socorrerá,
lhes doando amparo e eflúvios
regeneradores. E logo perceberá que,
arrependendo-se, as leis morais
lhes prevalecerá na consciência.
Desde então,
a sua voz sem eco, será ouvida
por mim, e mais de perto, pelo
seu anjo da guarda. E a noite,
que parecia sem fim em seu íntimo,
lhe será de novo dia,
como um claro espelho
em seu novo olhar.
Escritor Adilson Fontoura