ETERNO VIVER
ETERNO VIVER
No alvor da manhã,
eu colho as flores
silvestres e te oferto
em teu despertar
de soneira, movido
por sonhos viajores
de nossa alma que,
quais pássaros
amamos o voar.
Dormi ao teu lado.
Gostei de te acalentar
o corpo macio,
aspirando o teu olor
de pele perfumada
durante o nosso deitar
íntimo, bem aquecidos
pelos nossos calores.
Enquanto os nossos
corpos dormiam,
saímos enlaçados
em passeios perispirituais;
tão cúmplices do nosso
amor, os sóis estelares
reluziam em nossas almas
amantes, livres viajoras
nos ares espirituais.
E é sempre assim:
juntos ensaiamos
os nossos desencarnes,
embora cada um tenha
o instante de morrer;
mas sabemos que não
morremos, apenas
mudamos de morada,
onde nos reencontramos,
e podemos continuar
unidos num eterno viver.
Escritor Adilson Fontoura