HOSPEDE TEMPORARIO

HÓSPEDE TEMPORÁRIO

Saio de mim,

como quem passeia

pelas ruas conhecidas,

mas tem

que voltar

a prisão efêmera.

Saio, apenas,

sem ser visto

pelos que me olham,

sem deveras

me verem

pela visão carnal.

Saio,

como quem precisa

está livre

num ensaio de morte,

para que,

quando a morte

chegar,

já tenha o hábito

de sair

a vida além da morte.

Saio de mim,

porque

jamais estou preso

a casa que habito,

mas dela

me sirvo,

como hóspede

temporário.

O hábito

de sair do meu

corpo,

me faz morrer

a cada instante,

mas

me permite também,

ver e sentir

o meu outro viver:

o viver da alma

em perispírito,

do outro lado

da vida.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 18/01/2019
Código do texto: T6553788
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