serventia

o monge inclinava reverências

àqueles incomuns visitantes

homens públicos

da casa de leis da cidade

eis que um desses homens

inconformado

interpela o monge:

a que servem tantas reverências

e tanto de retiro

e tanta meditação?

ao que o monge sussurra:

filho, ao homem sem sede

o copo de água fresca

de nada serve

a saciar-lhe a precisão

Publicado no livro "poemas em tempos de penas" (2016).