MAIS AMOR E MENOS RELIGIÃO

Por mais iguais que Deus nos tenha feito
Sempre haverá entre nós uma diferença;
Ela nos faz pensar deste ou daquele jeito,
Ela é aquilo que nós chamamos de crença.
Daí não importa muito o que a gente vê,
Pois o olho é lento e pode ser enganado,
A verdade será sempre o que a gente crê,
Mesmo que o que se creia esteja errado.
 
O fanatico religioso é um ser sem ouvido,
Sua consciência já não está mais entre nós;
Todos os demais sons foi dele suprimido,
Porque ele agora só escuta uma única voz.
É como se ele saísse para uma caminhada,
Onde todos os caminhos vão dar em Roma.
Pois seja qual for a paisagem contemplada,
Seus olhos estão toldados por um escotoma.
 
Pois se as crenças não forem contestadas,
Será como a verdadeira lavagem cerebral,
Onde as demais verdades são canceladas,
Sobrando apenas uma ditadura espiritual.
Por isso é que tem gente que ainda pensa
Que Deus age um como ditador demente,       
Que vai distribuir uma gorda recompensa
A quem mata quem deles pensa diferente.
 
O fanatismo faz do homem um ser cativo,
E todo fanático vira um escravo que dá dó.
Ignorante não é quem nunca leu um livro,
Mas quem aprendeu a ler em um livro só.
Nenhuma crença substitui um bom juízo,
E nenhum juízo tem o dom de ser eterno.
Boas crenças podem nos levar ao paraíso,
Mas fanatismo só nos leva para o inferno
 
Acredite só naquilo que você achar melhor,
Porque não importa qual seja a sua religião,
Todas elas serão boas se ensinarem o amor.
E todas estarão certas se pregarem a união.
Deus é um só e abraça todos que a ele vem.
A fé é a guia segura para os nossos passos,
Mas nenhuma religião pode salvar ninguém,
Porque só o Amor nos leva aos seus braços.
 
Talvez fosse bom aprender uma nova lição
Aquela lição que Jesus um dia nos ensinou:
Amar uns aos outros tal como ele nos amou.
Isso significa ter mais amor e menos religião.