Epítome de uma vida
Nas trevas sobrevivi
Caminhando na escuridão
Em lamaçais fedorentos
Não roguei pelo perdão
Dentre monstros e vampiros
Compunha-me entre tanto
Blasfemava contra o criador
Pai divino Espírito Santo
Abusos, drogas, vaidade
Fiz sofrer minha educadora
Desprezei o amor, a verdade
Minha mamãe, minha protetora
Corpo castigado
Menos de trinta anos
Insuportável fardo pesado
Desfaleciam meus planos
Quando a porta se fechou
A vida pôs-me a pensar
Ao mostrar-me que o fim
Foi o início d´um içar
Por infinitas épocas
Mãezinha me carregou
Nunca valorizei
À que meu caixão transportou
Já não havia sentido
Entre ruínas vagava perdido
Guiava-me aos gritos dos dementes
Orquestrando grandes correntes
Em desalinho natural
Às feridas, moscas e sangue
Compúnhamos aquele Umbral
Já não agüentava mais sofrer
Minha culpa jogou – me a estorcer
Feito um verme ao chão
Nasciam lágrimas dos olhos
Em honesta contrição
Luz colorida que brotava do céu
Iliminando um desesperado
Fazendo - me visualizar
Mamãzinha ao meu lado
_Te amo meu filho!
Com isso ele vê (...)
Ela carrega - lo no colo
Ele vira um bebê!