O PERFUME DA ROSA
O PERFUME DA ROSA
Quando te cheiro,
sinto em tua pele macia
o perfume da rosa
que se dispersa em pétalas
sob o lençol que nos
envolve, mesclando-se
com a brisa noturna
que adentra pela janela
entreaberta,
a nos trazer o encanto
da noite enluarada.
Rimos juntos,
tao cúmplices dos nossos
gestos amorosos,
sem percebermos
que o silêncio da noite
também nos move,
nos inquieta, nos excita
em meio a penumbra
da madrugada. O olho
esplendoroso da lua
nos observa sorridente,
e apenas nos envia
as emanações dos seres
de luzes; que são
absorvidas por nossas
almas bem contentes,
talvez imitando a beleza,
a sedução, a paixão
dos amantes andaluzes.
Quem nos ilumina,
senão a Causa que nos
Cria, e nos faz sermos
seres amorosos? Quem
nos embeleza, senão
os seres angélicos
com as suas sublimes
egregoras celestiais?
Quem nos consola,
senão os anjos de guarda
caridosos? Quem nos
guia, senão as luzes
cristicas que nos
conduzem pelas sendas
transcendentais?
Ademais, amor, sabemos
que dois corpos
nos revestem: um,
nos detina ao amor
carnal; outro, ao amor
espiritual; nos rendemos
então, ao repouso
dos nossos corpos
extenuados; corpos físicos
que morrem momentâneos,
enquanto os nossos
perispíritos se desdobram
destes, para mais uma
sessão de voos amorosos
espirituais, antes que a lua
perca, no avanço da noite,
o seu encanto de deusa
iluminada pelo sol.
Escritor Adilson Fontoura