Oh, meu Deus! Perdoai-me...

Oh, Deus meu! Perdoai-me pelas angústias contidas

Pelas dores tragadas e recriadas em mente viva

Que eu insisto em silêncio avivar.

Oh! Senhor dos anjos, arcanjos e toda a vida....

Perdoai-me pela ingratidão que faz-me sina

Pelos fardos que carrego sem precisar.

Oh, Senhor! Deus que move céus e toda terra

Que ressuscita ante a morte em plena guerra...

Perdoai-me pelos atos falhos do caminhar

Pai onisciente, onipresente e santificado

Não sou digno de pedir-lhe o seu afago

Ante os erros que me fazem desandar.

Pai que move montanhas e retira espinhos

Que faz de repente a água tornar-se vinho

Iluminai o que eu não consigo enxergar.

Oh! Senhor do amor e da misericórdia

Que acalma o mar e traz-nos a glória

Faça-me forte como uma criança a brincar

Senhor da paz, da vida e do discernimento

Perdoai o teu frágil servo nesse momento

Que reluta em ir à luta como um vencedor

Oh, Deus soberano! Pai de todos nós...

Perdoai-me pelo erro fútil e atroz

Perdoai-me eternamente pela minha dor

Oh, magnânimo! Desculpe a minha fraqueza

Talvez ainda não entendi a forma da natureza

E como o destino é peculiar a cada ser

Oh, Rei dos Reis! Desconsiderais minhas lamúrias

Envergonho-me do quão fraco sou nas fúrias

Do quão desatino minha arte de viver

Nelson Rodrigues de Barros
Enviado por Nelson Rodrigues de Barros em 13/09/2007
Código do texto: T650949