AINDA NAO MORRI

AINDA NÃO MORRI

Ainda não morri,

mas a minha alma

já sente a leveza

espiritual

alem da morte;

quando em perispírito

passeia bem contente

por entre jardins

floridos

que lhe perfumam

a sorte.

Ainda não morri,

mas para quem não

tem alguma noção

do que é a vida

espírita desencarnada,

basta lembrar-se

dos instantes

vividos em alguns

sonhos,

quando a alma

se desdobra

e se move

momentânea

em jornadas astrais.

Ainda não morri,

e a morte está

tão próxima de mim,

que, se a ensaio

diariamente,

como um ator,

em seu palco

espiritual,

quando deveras

morrer,

o outro lado da vida

me será tão íntimo,

que não vou mais

representar

a morte física,

mas a vida espírita

em sua expressiva

beleza transcendente.

Ainda não morri,

e já não sei quem está

vivo ou morto,

tamanha é a multidão

de gente

que me cerca

nos sucessivos instantes

de minhas

atividades existenciais

(ora vivo ora morto),

e se não desperto

do sono que gera

sonhos astrais,

não saberia distinguir

tanta gente

que já morreu

(e que continua a viver),

da gente que lido

no dia-a-dia, e que,

alma como eu,

ainda esta encarnada.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 18/11/2018
Reeditado em 18/11/2018
Código do texto: T6505360
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