PORTA ABERTA
PORTA ABERTA
Vejo o meu corpo
(a visão aqui,
é a da alma, pelos
olhos carnais),
como uma porta
aberta, para a alma
que sai a qualquer
momento do cárcere
que lhe retém
a vida liberta,
mas lhe oferece
ocasião de aprender
a apurar
o sentimento.
Ao sair do corpo,
ela não se sente
deserta,
porque a reveste
o perispírito;
serve-se então,
do passar do vento,
e lhe pede leve
assento, voando;
no entanto,
até então, está presa
ao cordão fluídico,
cujo sinal de alerta
lhe indica o retorno
ao corpo físico
que habita.
Assim,
embora a vida física,
por dado tempo
lhe encarcere, a alma
sabe que a porta
de saída está sempre
ao seu alcance, seja
no torpor do corpo,
ou pelo sono
reparador, enquanto
não lhe sai
em definitivo,
pela morte do corpo,
que a deixa livre
a voar, qual
pássaro espiritual.
O corpo, então,
não é nenhum
empecilho
para a alma sair,
mas o aprender
na vida física
lhe exige bom senso,
que quase
não é exercido
quando ela ainda
é inferior,
cujos defeitos e vícios
lhe acompanham
nos desdobramentos
astrais, que somente
mediante as sucessivas
encarnações
podem os corrigir,
a fim de que possa,
enfim, regenerar-se.
Escritor Adilson Fontoura