Diz uma coisa prá mim
DIZ UMA COISA PRA MIM
Quando o dia na tua rua for escuro
e o medo da liberdade na calçada
te empurrar de volta pra dentro de casa
olha a teu redor e verás que não estás sozinho.
Quando o motivo for alheio e faltares ao trabalho
diz baixinho sem culpa teus sentimentos
espalhando na direção do sol teu lençol de frio
e espera o vento trazer de volta o sal que falta a ti.
Quando a água for pouca e não saciar a sede
procura na calma de teu corpo a cura
nas palavras sãs em forma de líquidos
complemento do corpo vazio dentro de você.
Quando o que separa de te é você mesmo
e as mãos que procura são apenas as suas
o mundo de braços abertos se oferecendo
forma de Paz na alma no acalanto sem cor.
Quando acordar do sonho e a tua frente estiver
A simples imagem da lágrima que desejou
Segura firme no peito o que querias ter
E deixa o amanhã encarregado de fazer
O que hoje não foi possível concluir.
Quando a ceia do tempo esconder o sopro leve do dia
Agarra no vento todo pensamentos a sós
Agasalhando no corpo o sonho da noite fria
Em frações da vida na parte de todos nós
E quando não souberes mais o que dizer a todos
Não chores a falta que faz o silêncio
Nem comemores a dor que deixastes de sentir
Alarga o sorriso caminhando em passos firmes
e apenas diz, diz uma coisa pra mim.
José Henrique Rodrigues de Sousa
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