Diz uma coisa prá mim

DIZ UMA COISA PRA MIM

Quando o dia na tua rua for escuro

e o medo da liberdade na calçada

te empurrar de volta pra dentro de casa

olha a teu redor e verás que não estás sozinho.

Quando o motivo for alheio e faltares ao trabalho

diz baixinho sem culpa teus sentimentos

espalhando na direção do sol teu lençol de frio

e espera o vento trazer de volta o sal que falta a ti.

Quando a água for pouca e não saciar a sede

procura na calma de teu corpo a cura

nas palavras sãs em forma de líquidos

complemento do corpo vazio dentro de você.

Quando o que separa de te é você mesmo

e as mãos que procura são apenas as suas

o mundo de braços abertos se oferecendo

forma de Paz na alma no acalanto sem cor.

Quando acordar do sonho e a tua frente estiver

A simples imagem da lágrima que desejou

Segura firme no peito o que querias ter

E deixa o amanhã encarregado de fazer

O que hoje não foi possível concluir.

Quando a ceia do tempo esconder o sopro leve do dia

Agarra no vento todo pensamentos a sós

Agasalhando no corpo o sonho da noite fria

Em frações da vida na parte de todos nós

E quando não souberes mais o que dizer a todos

Não chores a falta que faz o silêncio

Nem comemores a dor que deixastes de sentir

Alarga o sorriso caminhando em passos firmes

e apenas diz, diz uma coisa pra mim.

José Henrique Rodrigues de Sousa

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poesia: Vaga-lume

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 02/11/2018
Reeditado em 02/11/2018
Código do texto: T6492412
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