Outros mundos

Era tudo à minha volta feito de luz e branco.

O que, aquém do nada, havia era nada além de mim.

Surgia um vazio aos poucos narravam minha dor

Não sentia meu corpo, nem frio e nem calor

Sensação de estar sem, ao menos, em mim sentir

Não sabia se era eu ou se eu estou aqui.

Quem podia me falar nem perto estava

Logo agora que eu tanto precisava

De explicação, pois sem razão me embarcarem na viagem

Sem ter e nem pra que, embarquei sem passagem

Em verdade, para ser arrebatado só basta concluir

Os anos, outrora concedido, para permanecer aqui

Dói, não é fácil, por dentro, digerir.

Olhar seu próprio reflexo sem poder divergir

Pois não me tenho mais, não da forma esperada

Esperada não foi a minha partida, foi do nada.

Entre os destroços e os escombros, às vezes, rememoro

A lembrança torna-se incômodo e por isso, choro

Não por saudosismo, mas por lamentar

Só queria dormir, aqui, tranquilo, após minha mãe beijar.

Desculpe-me mãe, pelos dias que de mim não desfrutou.

O dono do meu destino para cima me chamou.

Ainda que eu resista as memórias não se apagarão.

Nem do que eu vivi, nem do meu coração.

21.09.2018 - 15:21

Maisalobo
Enviado por Maisalobo em 21/09/2018
Reeditado em 19/07/2020
Código do texto: T6455447
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