Sobressalto
O ar custa a preencher os pulmões... O peito apertado
Coração pulsa aos poucos, como se houvesse esquecido o que sempre fez
No estomago um aperto estranho...
A consciência trava... E o coração quase se entristece assustado
Onde a constante lucidez?!
Um desconforto tamanho!
O olhar atravessa a janela do escritório
Como se buscasse o caminho da luz
Marejado se distrai com as nuvens do céu
Momento probatório que aos sentidos seduz
Envolvendo-os como um véu
A alma vibra fora de sintonia
Causando angustia ao coração
E todo o ser se aquieta
O ambiente tem cor de agonia
Momento de mutação
Que a todo entorno afeta.
A voz do espirito se cala
Num silencio assustador
Espalhando sentido nenhum
O cheiro do medo exala
Rondando como predador
De natureza incomum...
Nada faz o menor sentido
Nada justifica o momento
O ápice do desespero se faz
Pensamento ressentido
Em total alheamento
Lamento que é perspicaz
Por fim eis a entrega
É preciso enfrentar
O bom combate da alma
Tanto quanto o espirito nega
Tanto mais a dor se espalha
Não há por onde escapar...
De joelhos e silente
Como crente obcecado
Chora sem ser consolado
Em total submissão
Reage como se fosse valente
Provocando o coração.