Oscila.

Das coisas que vi nesta vida

Eu tento guardar lembranças

Mas somente as que forem boas

Me resta seguir o caminho de ida

E me basta saber que não tem volta

Pois, se existir ... desconheço

Grosso modo, aprendi que eu não posso

Mudar o mundo e as coisas que discordo

E em contrapartida, percebi desnecessário

Mudar o meu jeito de olhar a vida

Pois, também não me vejo obrigado

A aceitar as coisas, do jeito que as coisas são

Nem preciso acreditar que o impossível

Não será possível um dia

Basta saber que esse dia

Não é hoje, ainda

O tempo tem vontade própria

Por isso, apesar de as coisas mudarem

Com o tempo que passa

Há lugares onde o tempo

Não passa e nem quer passar

Inútil querer mudar ... ao que for

Inquebrantavelmente inútil

Toda a verdade, resumida

O preço do que não se vende

Se aprende, sabendo o valor

Que dinheiro não compra

Mas a estrada é bem larga

E um dia, a tudo se paga

A lei mais bonita

É aquela

A qual o tempo não se furta

Em fazê-la cumprida

Conquanto, jamais foi escrita

Portanto

Não se muda

Nem se apaga

Crepita qual chama

Na cera da vela

Oscila e bruxuleia

Chega a ser divertido

Ver brincar com a sorte, par em par

Uma bela manhã de azar, muda a vida

A lição aprendida

Se guarda, após elucidada

Portanto se engana

Quem pensa que da vida

Não se leva nada.

Edson Ricardo Paiva