Sorriso Solitário.

Não importa em nada

A intensidade ou a quantidade

Se é fútil a existência

Inútil o questionamento.

E quanto mais você quer e tenta

Com que as coisas sejam do seu jeito

Seja ele qual for

Parece que algo acontece

E o mundo, então

Amanhece imperfeito ainda

Com o tempo você entende

Que não importa em nada

A quantidade de pessoas

Que cruzem os vossos caminhos

Em algum momento

Elas vão querer

Estar sozinhas

E sempre terão ideias

Diferentes das suas

Discordarão de você

Pois, assim como a todo mundo

De vez em quando, elas se sentem

À beira de um imenso abismo

Escondido

No lado escuro e triste

Que existe dentro da alma

Penso que a vida é uma missão

E todos, sem exceção

Tem dívidas a ser resgatadas

Dúvidas não respondidas

E as respostas que procuram

Estarão, em parte, no mundo

E outra parte dentro de si mesmas

De repente você percebe

Que o fato de estar sozinho

Não significa exatamente solidão

Assim, como a fria presença

de quem só pensa em si mesma

Não chega a ser companhia

Por isso é desimportante

Que a gente pergunte ao mundo

Lembre-se que

Se você pudesse voar, voaria

Voava aos confins do Universo

Consumindo a si mesmo

Pra descobrir que a resposta

Jamais esteve escondida

Eis que uma porta se abre

À tantas perguntas

Que agora parecem-te tolas

Um dia a existência do nada

O lírio do campo, a migalha

Salta aos olhos

Quando a diferença

Entre um rei e o cretino

Não é ouro, nem vitória

ou batalha enaltecida

nascimento ou destino

e nem glória

A alma nobre e majestosa

Atravessa uma vida

E poucos serão os olhos

A que se faz reconhecida

Mas isso, é uma outra história.

Edson Ricardo Paiva.