NO ALVOR DA MANHA
NO ALVOR DA MANHA
Abro os olhos
e pouso o olhar
no alvor da manha.
E logo vejo
um indicio de poema
formando-se
por entre o sol ainda morno.
Fecho de novo os olhos
para que o olhar
perispiritual o alcance
com mais profundidade.
Agindo assim,
nao so o vejo mais nitido,
mas sinto tambem
a sua leveza nutrindo-se
da luz solar matutina,
tentando despertar
a inspiraçao ainda sonolenta,
mesmo que a alma
poetica ja apreenda
o vigor dos versos amanhecidos,
fluindo em flocos solares
pela restia que resvala
ante o silencio do instante
poético, acrescendo-lhe
a emoçao lucida
do sol saudando o dia.
Bem claro e o sol
visto dos meus olhos
perispirituais. Luz divina
que amanhece
em minha alma jamais
inativa. Todos os dias
eu me habituo a conviver
com os meus poemas,
antes mesmo dos meus olhos
carnais despertarem
do sono reparador,
porquanto, em qualquer
ocasiao que eles se revelem
para mim, ja os vi
com os olhos da alma,
ja os esbocei
com a consciencia poetica.
Escritor Adilson Fontoura
Adendo: alguns acentos não estao
postos, porque duas teclas
estao defeituosas.