CHOVE FORTE
CHOVE FORTE
Chove forte na noite.
Ouço passos apressados.
Vejo os relampejos intensos
pelos vidros da janela.
As pessoas passam apressadas
com as vestes e os corpos encharcados;
enquanto outras sao vitimadas
pelos desabamentos nas favelas.
Troveja forte na noite.
Os lares estao repletos de almas
amedrontadas. As intemperies do tempo,
deveras, causam grandes estragos,
decorrentes, infelizmente,
da açao danosa humana
alterando o ecossistema.
Pelos vidros da janela,
vejo a açao de Deus mesclando
a chuva tempestuosa com as descargas
eletricas, geradas pelo choque
das nuvens enfurecidas.
Como vejo tambem,
algumas almas desencarnadas andando
pelas ruas, indiferentes ao forte temporal;
e nem mesmo temem a açao subita
dos relampagos trespassando os seus perispiritos.
Do meu lar, vejo a chuva pesada caindo
na noite, e fluindo em volumosas enxurradas.
Mas alegro-me a ouvir do meu intimo,
quando me desdobro na mesma noite,
e voando como passaro espiritual,
vejo-a descer serena,
molhando o solo encoberto por plantas
floridas, no instante em que pouso
em breve visita numa certa colonia campesina.
Em minha projeçao astral,
prefiro ver e sentir a suave chuva espiritual,
que, ao inves de destruir,
preserva o meio-ambiente e as casas astrais,
construidas por almas boas que amam a natureza.
Toda vez que chove fortemente na noite,
e eu me acho recolhido no conforto do lar,
tenho o habito de pensar na chuva espiritual que,
no mesmo instante, cai do outro lado da vida...
De tanto olhar para a chuva
material pelos vidros da janela,
fecho os olhos carnais e abro os olhos perispirituais.
E entao, a mesma cena, o mesmo ato se repetem:
o meu desejo de voar,
para ver e sentir a chuva espiritual inofensiva,
caindo com tamanha leveza fluidica
por sobre a terra, adornada pela diversidade
exuberante da flora, enquanto pouso para visitar
os meus irmaos desencarnados, bem felizes
por habitarem numa colonia campestre tao paradisiaca.
Escritor Adilson Fontoura
Adendo: alguns acentos nao estao postos,
porque duas teclas estao defeituosas.