APAGA-SE A LUZ
APAGA-SE A LUZ
Apaga-se a luz:
numa casa qualquer,
num poste qualquer,
tendo-se a aparente
impressão
de que nenhuma delas
fosse mais acender;
porque numa casa,
melhor dizendo,
num lar, apos certa hora
da noite,
quando o silencio
predomina nos comodos,
ou nas falas emudecidas
dos grupos domesticos,
com a luz apagada,
e mais adequado se falar
pela voz silenciosa da alma,
e mais conveniente ver
pelos olhos da alma
no escuro.
Mas, e quanto a luz
do poste apagada
no ermo da noite
sem gente, que passou,
enquanto a luz do poste
estava acesa?
Da mesma forma,
houve um aparente
silencio escurecido.
Houve uma aparente
ausencia de gente que,
sendo alma do outro mundo,
continuou passando
pelo poste de luz apagada,
enxergando no escuro
com os olhos da alma,
e falando silenciosa
pelo recurso
do pensamento mediunico.
Ocorre que,
tanto a luz da casa
como a luz do poste,
sao intermitentes.
Ora acende ora apaga.
Ora e luz ora e treva.
Ora e estrela luzente
ora e orbe obscuro.
Ora e vida ora e morte.
E a Luz de Deus faz brilhar:
a luz da casa,
a luz do poste,
a luz humana,
a luz da alma,
pelo amor eterno
que devota a todas as coisas.
Escritor Adilson Fontoura
Adendo: alguns acentos nao
estao postos, porque duas
teclas estao defeituosas.