O Cosmopolita

Um país mora em mim

Uma multidão singular

Uma nação expatriada

Um banquete que alimenta os porcos

Possuídos por almas andantes

Livremente esquecidas

De que vivem numa prisão

Apesar de isolado

Convivo com muita gente

De temperamentos concretos

Alguns se enervam de repente

Apesar da radicalidade

E do ser complicado

Sou de fácil comunicação

Meço personalidades

Converso com pessoas

Me adequo a elas

Do iliterado ao académico

E o instinto jornalístico

Que me vai entrando nas veias

Às vezes torna-se polémico

Há um futuro por se conhecer

E para tal faço viagem

Como um quarto escuro que não sabemos o que esconde

Assim é o desconhecido

Tenho então como missão

Remover à bruta da minha preguiça mental certas teias

Não me vanglorio

Quanto à subida de degraus

Nesta excursão, onde através da qual vem fama

Há apenas outrem em mim a ser descoberto

Quando necessário, mostro ao mundo o que valho

E por vezes ainda sinto um pingo de calafrio

Na exacta hora de certas actividades exercer

Chego a locais abandonados

Outros aonde nunca pensara ir

E sou mais ouvinte ao conhecer pessoas

Nunca cuspo tudo duma só vez

Por outro lado,

Ouço e me esqueço

Vejo e me lembro

Faço e compreendo

Mas ainda não aprendi nada

Despreocupado com os bens

Não ambiciono fundos

Muito menos o mundo

Pois defendo que

Felicidade não é ter tudo

Mas o mais importante.

Widralino
Enviado por Widralino em 29/04/2018
Código do texto: T6321904
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