LIBELO FINAL

– À sombra da Cruz –

“Eu tenho sede, eu tenho sede de justiça

Eu tenho sede duma Humanidade insubmissa

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, e sede de fraternidade

Eu tenho sede, tenho sede de liberdade

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, eu tenho sede d´ agasalho

Eu tenho sede, eu tenho sede de trabalho

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, eu tenho sede de partilha

Eu tenho sede, sede de água maravilha

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, eu tenho sede de educação

Eu tenho sede, eu tenho sede de Redenção

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, tenho sede de alimento

Eu tenho sede, tenho sede d´ acolhimento

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, eu tenho sede de direitos

Eu tenho sede, tenho sede de meus preitos

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, tenho sede de valores

Eu tenho sede, eu tenho sede de louvores

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, tenho sede de Cultura

Eu tenho sede, eu tenho sede de aventura

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, tenho sede de ser criança

Eu tenho sede, tenho sede de esperança

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, tenho sede do meu Sonho

Eu tenho sede, de ver o mundo mais risonho

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, de ver gente mais feliz

Eu tenho sede, de não poder ser aprendiz

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, de assumir cidadania

Eu tenho sede, de não haver democracia

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, de não te poder dar as mãos

Eu tenho sede, de não podermos ser irmãos

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Eu tenho sede, eu tenho sede em toda a terra

Eu tenho sede, de que a paz não vença a guerra

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

………………………

Eu tenho sede, de acabar minha Viagem:

Perdoai-lhes, ó Pai, que não sabem o que fazem

Mas, porém, tudo está, tudo está consumado!

Porque me abandonaste, meu grande Pai Amado?

Ó Cruz Santa, ó Santa Cruz minha amargura,

Faça-se a Tua vontade e cumpra-se a Escritura!...”

..................................

E ouviu-se um pavoroso «OH…», que até a Luz

Se escureceu co´ a triste Morte de Jesus!

Frassino Machado

In ODISSEIA DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/03/2018
Reeditado em 03/04/2021
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