Eram doze

ERAM DOZE

Doze homens caminhavam alegres,

Vinham de um festim.

Rezavam, cantavam salmos,

Iam todos para um jardim.

Era para ser treze,

Mas um ao grupo traiu.

Perdeu o rumo certo

E em meio às trevas sumiu.

Enquanto onze se alegravam,

Um iniciava a sua agonia.

Deveria beber o cálice paterno,

Para ser do mundo o novo guia.

Da última ceia recordavam

O pão e vinho, agora sacramento.

Mas para um toda a alegria,

Era o início do seu tormento.

Chegaram ao local almejado.

Para onze um belo jardim.

Para um o altar divino

Anúncio do próximo fim.

Onze dormiram alegres e cansados.

Um em agonia orava assim:

Que se faça a sua vontade,

Se a taça não pode se afastar de mim.

No altar do Getsemani,

Como sacrifício de amor,

Tomou sobre si nossos pecados,

Como cordeiro entregue ao Senhor.

Onze ainda não sabiam

Que toda a humanidade

Era remida em sua dor;

E que seu ato de humildade

Resgatava a todos do pecado,

Irmãos d’Ele e filhos do Senhor,

Herdeiros da eternidade,

Nossa garantia e sempre penhor.

E daquele pequeno grupo

Surge toda a cristandade,

Da cruz à ressurreição,

Em busca da divindade,

Onde Deus nos aguarda,

Para enxugar todo pranto

Dar-nos o tempo que não se acaba

E fazer de nossa vida um encanto.

Pedro Lodi
Enviado por Pedro Lodi em 05/02/2018
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