Placebo?
E alguém diz “Eu hein?! – Cruz credo!
Acreditar num tal de Jesus?”
Vou escancarar o que já não é segredo
Eu também creio na cruz!
Você também pode, não tenha medo
Não serve para nada?
Você não é manada
Não passa de placebo?
Agora me esclareça:
E se por ele vier a cura?
Vai ser da nossa cabeça?
Para quem entregar a fatura?
Que seja do além
Ou que venha de dentro
O que importa é se faz bem
Contra a alegria é difícil um argumento
A fé é que tua alegria não depende de nada?
Quem sabe não seja este o seu segredo
Sem almas penadas, só tua alma lavada
E esta convicção fincada num rochedo
(e se este for seu placebo?)
Será que no final desta avenida não existe apoteose
E no final do desfile simplesmente acaba o samba enredo?
Do que fomos um dia só a saudade e a necrose?
Seja qual for a verdade, não queremos descobrir tão cedo
Mas o incômodo destas incertezas do futuro
Podem ser suavizados na oração
E o além não será uma fuga e sim um porto seguro
Servindo como lenitivo para o coração
Então lembre antes que te assalte a razão
Quando a vontade de convencer vier com seu assédio
Lembre que transformar a esperança em miolo de pão,
É destruir o que para muitos é o único remédio.
E se um dia você quiser experimentar
Pode descobrir o segredo desta força motriz
Correrá o risco de o amor te tocar
Venha! Venha sem medo de ser feliz!